quinta-feira, 2 de junho de 2011

COLUNA DO JORNAL "O SUL" (28/05)

PRISÃO EM “FRAGRANTE

Leio que meio milhão de crianças utilizam nas aulas um livro chamado Por um mundo melhor, no qual consta: “Você pode estar se perguntando:  - Mas eu posso falar os livro? Mas claro que pode”. Dizer “nós pega o peixe”, para o gênio-autor, também pode. Não aceitar isso seria “preconceito linguístico”, diz ele.  E assim por diante. Pior: a “viúva” pagou uma fortuna por esse material apedêutico. Tem que “prendê” em “fragrante” esses “cara”, não acham? Sou um “preconceituoso linguístico”. Confesso!

VAMOS (SUPER)FATURAR A COPA

Não se fala de outra coisa: a Copa vai custar para a “viúva” mais de R$35 bilhões, fora os 20% da corrupção. Ao mesmo tempo, as pessoas tomam soro em pé na rede hospitalar. Só o percentual da corrupção já daria para construir vários hospitais. E não se diga que fazer esse tipo de comparação é demagogia. Os números são doloridos. Sangram. Por falar em Copa: “se não vamos faturar a Copa no campo, fora dele vamos SUPERFATURÁ-LA”. Entenderam?

“LA LEY ES COMO LA SERPIENTE”

Todo mundo sabe que o Código Civil é feito para “os que têm” e o Código Penal para “os que não têm”. Nos últimos dez anos, dos quase 700 projetos de lei no Congresso, menos de 10 se referem aos crimes do colarinho branco. Os demais projetos são para endurecer as penas dos crimes da “rafanalha”. Digo isso quando descubro que o Congresso vem “segurando”, desde 2005, a votação da Lei que criminaliza o enriquecimento ilícito de funcionários públicos. Outra notícia: desde 1998, somente 17 processos por lavagem de dinheiro resultaram em condenação final. Ao mesmo tempo, foram condenadas mais de 175.000 pessoas por furtos e estelionatos...! Tinha razão o campônio salvadorenho: “La ley es como la serpiente; sólo pica a los descalzos”.

INDIGNAI-VOS!

Um livro com esse nome faz enorme sucesso na Europa. Trata-se de um manifesto de um herói da resistência francesa, Stéphane Hessel, hoje com 93 anos. Quando vejo a crescente estandardização da cultura, a imbecilização cotidiana, livros “ensinando” aos alunos que falar errado está certo e os cidadãos transformados em “consumidores” reféns do 0800, penso nesse livro. Sim: reclamem, protestem. Para começar: não comam mais pastéis que esfarelem; não comam em restaurantes que não tenham proteção contra os perdigotos (cuspe); exijam o CPF e o nome da mãe do atendente do 0800 (e da NET); multem os azuizinhos; não façam musculação no Estádio Olímpico (podem vir a se lesionar); não aceitem que Pedro Bial diga que Big Brother é igual a Guimarães Rosa... Também não acreditem na “confidencialidade” dos contratos do Palocci. Enfim, indignai-vos!    

POR ÚLTIMO...

Sabem como é o apelido da empresa do Palocci? Verba Life. O lema da firma: “Quer enriquecer? Pergunte-me como”.  Deu para sacar? (P.S.: sacar, aqui, é no sentido de entender). E, não esqueçamos: vamos estocar comida!

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